Quando a distante
prata, rondada
também pelo vôo dos homens, sem
chegar entrava,
redonda,
e nos olhava com olhos de olhar:
então
a palavra dor era uma taça de onde
subia ao nosso encontro a palavra
alegria - subia,
subia e passava por nós, subia
até nós dois, sob
o telhado,
até à cama onde a noite,
mestra
dos nossos corpos, esperava silenciosa, o seu
fundo, negro como o coração, cheio
da manhã.
Paul Celan. A Morte é uma Flor - poemas do espólio. Tradução de João Barrento.
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