porque eu estou vertida em António Franco Alexandre há meses por causa de um ensaio que não sai - faz tempo - das 9 páginas. toca muitíssimo, dialoga com as minhas falhas, abre as trompas e não contraio nenhum som maternal.
um dia
seremos úteis e preciosos como a erva e a cabra,
e ricos de virtudes saberemos
o que fazer para morrer, não morrer. entretanto
ela lateja na núpcia do sangue, inteiramente ignorante
do grando sentido de tudo isto,
egoísta como a primeira mão
que nos tocou,
um destino leviano, sensível, pacato,
depois o sulco deixado reparte as colinas
e o pequeno piano repete
a criação do mundo.
vão aparecendo os casos de suicídio entre amigos e colegas. todos já têm trinta anos ou mais, agora. fico com a jovialidade da Mariana, que me pergunta a causa das coisas cujas razões não sei responder, apenas sentir, como é praxe.
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