quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
love´s house
no quarto está a luminária inútil
para os nossos rostos nesse cinzel
abafado aonde se escondem as moedas
colhem entre si o plástico e a vaga
impressão das cenas de amor sobre a
espuma protegida de cinza e porque
estamos sempre à força do segredo
sem número, à esquerda dos zeros
como se a lava inteira coubesse
no fundo de um copo e o ritual das
taças quebrasse todo o dia aqui
por onde calo e acendo a cidade
pelo túnel, espesso monte de pausas
em que abro o seu mapa para rezar
o desvio sinuoso dos encontros.
só estive nos cômodos mais baratos
onde o preço da respiração cederia
ao suor que mancha ou marca, tarde,
a luz das madrugadas no quarto onde
somente deito uma floresta e espero.
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