terça-feira, 22 de novembro de 2011

outra margem



Ana Paula Tavares. O Lago da Lua.

terça-feira, 26 de julho de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

kilômetros abaixo












a
vivência sobre vagas

que parece meio óbvio assim
dito sob o frio da estrada
atroz contentamento a sós
não diriam ok os crentes
à cidade era sempre
uma pergunta onde crescem
as casas por que atravessei
mil quilômetros e voltei sem
nada porra é válido
fotografar as minhas costas
atrás de uma araucária núbia
nisso fustigar o soluço cá
geava e era a poltrona mais
próxima do inverno porque
tudo devolvia outra vista.
não se arrumam corizas
e estados de volta eu só cria
entrar num Penha de frota
velha em busca de feijão e
saneamento para os ouvidos.
de onde eu venho não se fica
sem sol











b
fantasia br116

eles se chamam de véi toda hora
me ofereceram cracóvia suína e
na cama da rodovia nos meus pés
floresce uma cantiga de neve como
pelo rito acidente aéreo em que voz
sobrevivemos com os corpos e
perdemos a memória eu diria
nós mas a falha no fundo foi
minha véi os pinheiros são fortes
deviam há muito construir tumbas
essas dos viajantes que singram mas
cantam eu preparo para ti uma
vindima sagrada, oh, nínive prometida
não, jonas e as professoras já abandona
ram esta casa esse quarto de quinta
ali atrás está a tua mortalha: foi onde fiz
provas e fiquei novamente em qualquer
lugar que não fosse o primeiro único
e por isso este vitral ao adentrar pelas
tendas dos imigrantes porque não sou
eu apenas para ônibus e passagens esta
mos juntos por muitas horas de assombro
nada que é saber com fones de ouvido véi
qual é a cor da noite quando não há jogo
e o que sobra não é nem a verdade só o que
você arrancou dela























c
as homologações

porra eu te bendigo nínive
apesar de sempre confundir
jonas dentro da baleia
com o pequeno príncipe
comido por uma cobra
(podia ser um chapéu)








































d
acenos para belfast

amanhã é quando chega a prata
e neva enquanto falo o nome da
cidade oh minha doce e bendita
é nessa madrugada que os preços
serão abatidos a sessenta e nove
e noventa porque era promoção
para curitiba e eu voltei sem ser
possível deter o caule frondoso
dentro da minha vindima e agora
na estrada as imagens das paradas
predizem a mudança das carpas de
água para sobrevivência de cinza
toda em direção ao emudecimento
das bagagens que antes eram filhos
e agora somente tijolos pastosos e
pesados por onde impedem todas
as garantias de chegar como um
fato por exemplo a rosa reciclada
nos pedágios a custo de sabres
estou em vigia sob os alpendres
deitada na desimportância das
neblinas e fingindo aceno depois
dos desastres de derrubar vigas
com a precisão de um estribilho
dentro forte longo sério tenso
que valsa três por quatro e alguém
diz and this blood on my theeth
when I bite my tongue to speak
uma salva de apelos e morses
os pingos sobre o amor em fim.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

besante

pouco olho para o céu
agora que
avante entre o tempo
da passagem reflitam
desacordo nas represas.
agora olho muito pouco
para que
essa atitude ampare
o que sobrou impuro
do próprio resgate.