segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Marechal Hermes


encerra a perseguição de uma cena
este dia por dentro de um ônibus
naquela esquina altiva do viaduto
o segredo inteiro do que eu amava.

uma cela por saber aquela prontidão
no centro do bairro a caminho do vácuo
a estação inteira que ardia a óleo e
casamentos. a espera sempre tardava
aos mercados e aos apelos que o bairro
tinha de perigo. um fantasma ia comigo
sentado ao banco lateral do coletivo
sobre um aterro de restos que o dia
finalmente ejetava. eu estava lá.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

a máquina de fazer a dor


a tarde pareceu normal a caminho do vale, na ciência
de que um portal, às vezes, destrói-se com um guindaste,
não sei. já me são familiares os relevos, a língua
passando pelo dente arrancado, as bromélias que
se penduram do alto. natural que eu ouça demais
as coisas que o corpo fala. não poderia te dizer
o que é. mas não é nada de diferente. só o piso branco
a casa no cio dos gatos e o cais inteiro da minha
infância em cinco ou seis fotos para as quais olho
entre um intervalo e outro da televisão dispersa e muda.

sábado, 14 de setembro de 2013

Canto dos insetos

http://www.youtube.com/watch?v=PmJ66y0mrzk





Wado (de "Vazio Tropical")

Bebe o café, muda de nome.
Deixa a casa e chora
Está no leite que ferve
Está no mel do seu nome
Deixa a casa e chora

Você já ouviu um inseto cantar?
Ouviu estórias de amor
De ninar?

Eu acho que vem, não vem
Vou deixar você viver em paz
Sozinha
Mas quem sabe onde cabe
O amor onde faz

Você já ouviu um inseto cantar
Ouviu estórias de amor
De ninar outra vez
É sua a sua demora
Não quero você nem ninguem
Se não for agora

Deixa o mar varrer
Deixa cictrizar meu nome
Se você vier
Vamos recomeçar por onde?
Deixa estar como esta
Este é o nosso lugar
Mesmo quando não há um onde
Deixa o mar varrer
Deixa cictrizar meu nome
Se você vier
Vamos recomeçar por onde?
Deixa estar como esta
Este é o nosso lugar
Mesmo quando não há um onde
Deixa o mar varrer
Deixa cictrizar meu nome