terça-feira, 30 de junho de 2009

tua morte no meu dia de hoje
não ergueu com tinta um só golpe
de estado

nenhuma personagem em desespero
desarrumou os móveis do quadro
na parede da sala

onde nos sentaríamos

e onde nem um homem sequer em meia vida
pôde depois de se embebedar para te chorar
por mim

nem nos bares se conspirou
das noites escondidas
na biografia

eu no meu dia aqui
sem descrever
o paradeiro de um corpo

e mais do que nunca nada que eu cale
abafa o grito do teu lugar sobre o branco.

"Tua morte no meu dia", Virgínia Boechat.

2 comentários:

  1. Tenho saudades imensas da Pina Bausch que jamais vi dançar.
    Lindo poema da Virgínia Boechat

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  2. bel, eu consegui vê-la. no muncipal, com o Nelken. nunca vou esquecer. fiquei ansiosa por semanas... no dia eu mal respirava...
    saudades suas.

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