domingo, 29 de agosto de 2010

às vezes uma flor





e essas folhagens da página aberta sobre
o domingo sem vistas ou tatos de móveis
o que eu desejava tinha a ver com as
moradas e seus quartos como a possível
ornamentação do que os livros escondem
ao canto as jibóias que resistem a todo
escuro o cobre derrama o seu veneno
ao longo dos cabelos e a canção foi
suspensa pelo sono pela areia esfriada
e do ninho violado restaram o tecido
arrancado da roupa de cama e pequenas
peças de vidro em mosaico, verde e lilás
como vestígios de um copo em que pousávamos
às vezes uma flor.

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